Por @denisebalbi e @dyovana_gomes
Com a pandemia Covid-19 a Telerreabilitação se tornou uma ferramenta de extrema importância para alcançar um maior número de pacientes, principalmente aqueles que estão no grupo de risco para desenvolver formas mais graves da Covid-19. Na fisioterapia a telereabilitação foi normatizada pelo Coffito no início da Pandemia pela: resolução Nº 516, DE 20 DE MARÇO DE 2020.
Mas como funciona na prática a telerreabilitação cardíaca? Atualmente existem muitas ferramentas tecnológicas capazes de auxiliar o fisioterapeuta na terreabilitação, como: elaborar textos para orientações educacionais, publicar vídeos gravados, fazer vídeochamadas ou chamada de voz e até utilizar aplicativos que permitam exercícios em grupos e monitoramento do exercício, como distância percorrida e frequência cardíaca.
De acordo com a resolução do Coffito, o fisioterapeuta pode realizar a terreabilitação de maneira síncrona ou assíncrona. A telerreabilitação quando é feita em tempo real com os pacientes, por meio de chamadas de vídeo, aplicativo de reuniões e denominada de síncrona. Nessa forma o fisioterapeuta pode realizar o exercício juntamente com o paciente, ou monitorar ele enquanto realiza o exercício.
A telerreabilitação pode também ser feita de maneira assíncrona, quando não é realizada em tempo real. Nesse caso, as orientações são mandadas em vídeos e/ou cartilhas, e o paciente realiza no melhor horário para sua rotina e depois informa o fisioterapeuta como foi a execução do exercício.
E como é a monitorização e prescrição de exercício do paciente?
Para prescrever exercício e monitorar os pacientes, utilizamos a Reserva de Frequência Cardíaca (para pacientes que possuem cardiofrequencimetro), escala de percepção de esforço de Borg, teste de fala e sinais e sintomas.
Benefícios e barreiras
Considerando que distância e custo são barreiras para adesão ao Programa de reabilitação cardiovascular, a telerreabilitação tem maior alcance, já que pode ser feita de qualquer lugar, sem necessidade de locomoção até um centro de reabilitação cardiovascular. Os benefícios incluem aumento da capacidade física, maior estímulo para aderência a reabilitação, além de ser bem aceita pelos pacientes.
Porém algumas dificuldades são encontradas, como falta de acesso à tecnologia, dificuldade ao manusear os aplicativos, acesso a internet, bem como problemas de conexão.
Experiência no setor de Cardiologia da FCT-UNESP
No programa de reabilitação cardiovascular do Centro de Estudos e de Atendimentos em Fisioterapia e Reabilitação (CEAFIR) de forma presencial eram atendidos entre 60 a 70 pacientes diariamente, porém com a pandemia e cancelamento das atividades presenciais, a telerreabilitação foi a maneira encontrada para manter o atendimento e o contato com os pacientes, além de manter/aumentar os ganhos funcionais.
As ferramentas utilizadas para a telerreabilitação incluíram: cartilhas para orientação de exercícios e sinais e sintomas, envio de vídeos de exercícios para que os pacientes realizassem seu programa juntamente com o fisioterapeuta, mas no melhor horário dentro da sua rotina, e sessões online de exercício por meio do aplicativo google meet. Nessas sessões eram realizados exercícios “em grupo”, com a orientação de uma fisioterapeuta que demonstrava e explicava as atividades que deveriam ser realizadas.
As sessões eram iniciadas com alongamentos, exercícios resistidos de membros superiores e inferiores e, por fim relaxamento. Nessa rotina de atendimento, a monitorização era realizada pela percepção de esforço e questionamentos sobre sinais e sintomas.
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