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TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR

por Mariana Cruz (@mari__cruz_) e Felipe Ananias Malacrida (@physiofelipe)



O que é o tabagismo?

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. De acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa [1] (WHO, 2020). O tabagismo é responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo mais de 7 milhões, resultados do uso direto do tabaco e o restante resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo [2].

Fonte: Uol.com.br


Fumante passivo

É aquele indivíduo que convive com fumantes e inala a fumaça de derivados do tabaco em ambientes fechados. A poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada de poluição tabagística ambiental (PTA) e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a maior responsável pela poluição nestes ambientes3. Quanto maior o tempo em que o não fumante fica exposto à PTA, maior a chance de adoecer [3]. (Fonte da imagem: Metrópoles)


Tabagismo e o sistema cardiovascular

O cigarro é um dos maiores agressores do endotélio vascular e o seu uso aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca em torno de 15 minutos após o seu consumo. As substâncias tóxicas do cigarro, atuam sobre os quimiorreceptores aórticos e carotídeos, sistema nervoso simpático e o sistema nervoso periférico, promovendo diversas alterações, como por exemplo, a frequência cardíaca o que influencia a variabilidade da frequência cardíaca [4].

Fonte: Donny Silva

O hábito de fumar provoca alterações na modulação autonômica cardíaca de indivíduos jovens, caracterizadas pela redução da resposta parassimpática e aumento da atividade simpática, o que pode induzir estados de hipertensão arterial sistêmica e valores de frequência cardíaca elevados, mesmo em repouso [4].

O tabagismo compromete também a função vasodilatadora, que é uma das primeiras manifestações ateroscleróticas. O óxido nítrico é o principal responsável pela função vasodilatadora do endotélio, além de auxiliar a regular a inflamação, adesão leucocitária, ativação plaquetária e trombose [2-4]. Estudos demonstraram que a exposição ao extrato da fumaça de cigarro ou componentes isolados como a nicotina, foram associados a diminuição da disponibilidade de óxido nítrico [5-8].

Além disso, vários estudos indicam que o tabagismo causa cerca de 20% a 25% de aumento na contagem de leucócitos no sangue periférico9 e está associado a níveis aumentado de múltiplos marcadores inflamatórios, incluindo proteína C reativa e interleucina-610-11. Outras doenças que o consumo de tabaco pode causar, são:

  • Hipertensão Arterial Sistêmica;

  • Infarto Agudo do Miocárdio;

  • Acidente Vascular Encefálico;

  • Bronquite Crônica;

  • Enfisema Pulmonar;

  • Câncer de Pulmão;

  • Impotência sexual.


Exercício físico e a cessação do tabagismo

Alguns estudos demostram que o exercício físico, associado ao tratamento convencional (terapia cognitivo comportamental e terapia medicamentosa), é eficiente para auxiliar a cessação do tabagismo. A prática regular de atividade física reduz os sintomas de abstinência, fissura, ansiedade e melhora a concentração e o controle do peso, o que facilita as tentativas de abandono e cessação do tabagismo [12].

O exercício físico aeróbio de intensidade moderada a intensa contribui significativamente na redução da fissura. Além disso, altos níveis da prática de atividade física estão associados abaixo consumo de tabaco, podendo assim ser considerado estratégia efetiva durante o processo de cessação [12]. A prática de exercício físico na rotina do tabagista é fundamental para que junto a cessação do tabagismo ocorra a melhora de sua saúde e manutenção da abstinência.

 
Referências bibliográficas

  1. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Tobacco. Available at: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/tobacco. Access in: 07 Abr. 2022.

  2. Organização Pan-Americana de saúde e Organização Mundial da Saúde. Tabaco. Disponível em: https://www.paho.org/pt/node/4968. Acesso em: 08 abr. 2022.

  3. U.S. Department of Health and Human Services. The health consequences of involuntary smoking. A report of the Surgeon General. Washington DC; U.S. Government Printing Office, 1986. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20669524/

  4. J.A Ambrose, R.S Barua. The pathophysiology of cigarette smoking and cardiovascular disease: An update. Journal of the American College of Cardiology, (2004) May;43:10 1731-1737.

  5. C Napoli, L.J Ignarro. Nitric oxide and atherosclerosis. Nitric Oxide, 2001 Apr;5(2):88-97.

  6. W.G Mayhan, G.M Sharpe. Effect of cigarette smoke extract on arteriolar dilatation in vivo. J Appl Physiol, 81 (1996-2003), pp.

  7. W.G Mayhan, K.P Patel. Effect of nicotine on endothelium-dependent arteriolar dilatation in vivo. Am J Physiol, (1997) May;272(5 Pt 2):H2337-42.

  8. Y Ota, K Kugiyama, S Sugiyama, et al. Impairment of endothelium-dependent relaxation of rabbit aortas by cigarette smoke extract—role of free radicals and attenuation by captopril. Atherosclerosis, (1997) Jun;131(2):195-202.

  9. C.J Smith, T.H Fischer. Particulate and vapor phase constituents of cigarette mainstream smoke and risk of myocardial infarction. Atherosclerosis, (2001) Oct;158(2):257-67.

  10. R.P Tracy, B.M Psaty, E Macy, et al. Lifetime smoking exposure affects the association of C-reactive protein with cardiovascular disease risk factors and subclinical disease in healthy elderly subjects. Arterioscler Thromb Vasc Biol, 1997 Oct;17(10):2167-76.)

  11. M.A Mendall, P Patel, M Asante, et al. Relation of serum cytokine concentrations to cardiovascular risk factors and coronary heart disease. Heart, Sep;78(3):273-7 (1997)

  12. C.P Santos. Eficácia do exercício aeróbico associado à terapia cognitivo comportamental na cessação do tabagismo: uma revisão sistemática e um ensaio clínico randomizado [Dissertação]. Presidente Prudente - SP: FCT UNESP; 2018. 67 p. Mestrado em Fisioterapia.

 

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1 Comment


Felipe Ribeiro
Felipe Ribeiro
Sep 08, 2022

Maravilhosos!!

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