Por @denisebalbi
O que é a Reabilitação Cardiovascular?
Segundo a Organização Mundial de Saúde a reabilitação cardiovascular compreende a soma das atividades multidisciplinares necessárias para exercer uma influência favorável sobre a causa primária da doença, além de criar condições clínicas, físicas, mentais, sociais e profissionais, para que o paciente possa, graças ao seu próprio esforço, manter ou, se a perdeu, reconquistar a sua função tanto quanto possível normal, na comunidade. Esse conjunto de procedimentos inclui a prevenção secundária e manutenção da condição funcional adquirida.
Um programa de reabilitação cardiovascular (PRCV) ideal deve envolver os componentes de treinamento físico, apoio psicológico, nutricional, farmacológico e cessação de tabagismo. A reabilitação por meio de exercícios é considerada o maior componente do PRCV. O PRCV pode ser dividido em 4 fases:
Fase I: intra-hospitalar, cujo objetivo principal é evitar efeitos deletérios da restrição ao leito;
Fase II e III: ambulatorial, cujo objetivo é a reintegração do paciente à sociedade e ao trabalho;
Fase IV: semi-supervisionada ou sem supervisão, cujo objetivo é a manutenção e seguimento sem a necessidade de supervisão próxima.
Fase I do PRCV
Compreende os procedimentos realizados na fase aguda do evento cardíaco, durante o período de internação. Indicada para cardiopatas hospitalizados sejam eles clínicos ou cirúrgicos, em fase de pré ou pós-operatória, nessa fase são atendidos pacientes com infarto agudo do miocárdio e aqueles submetidos à angioplastia, à cirurgia de revascularização do miocárdio, à troca de valva, à correção de cardiopatias congênitas e ao transplante cardíaco, dentre outras. Além disso, pode ser indicada também para pacientes com angina estável, insuficiência cardíaca e grupos de alto risco para doença arterial coronariana.
Os objetivos da fase I são: evitar as sequelas de imobilização, diminuir os sintomas de ortostatismo, as complicações tromboembólicas e a hipoventilação pulmonar, melhorar a capacidade física, diminuir o tempo de internação e educar o paciente em relação a importância da prática de exercícios após o evento cardíaco e da eliminação ou redução dos fatores de risco para as doenças cardíacas.
Nessa fase as sessões são realizadas de 2 a 3 vezes ao dia e predomina exercício físico de baixa intensidade, técnicas para o controle do estresse e, quando necessário, técnicas fisioterapêuticas como manobras de higiene brônquica, exercícios respiratórios, tosse assistida, aspiração traqueobrônquica e ventilação mecânica.
Durante a fase I devem ser evitados exercícios muito cansativos ou aqueles associados à manobra de valsalva. Os exercícios devem ser suspensos nas seguintes condições: dor torácica, excessiva dispneia, aumento de 20 bpm ou decréscimo de 10 bpm da frequência cardíaca, presença de arritmias provocadas pelo exercício e decréscimo de 10 a 15 mmHg ou aumento excessivo da pressão arterial.
Além desse trabalho, o fisioterapeuta exerce um papel extremamente importante na educação do paciente. Após o evento cardíaco é normal o paciente achar que é incapaz para a realização de esforços físicos, seja para treinamento ou atividades de vida diária. Cabe aos profissionais, dentre eles os fisioterapeutas, explicar para o paciente os seus limites e os potenciais benefícios que poderão ser alcançados com um PRCV.
Contraindicações para a fase I do PRCV
As principais contraindicações para participação nessa fase são: angina instável, insuficiência cardíaca descompensada, pressão arterial sistólica acima de 200 mmHg e diastólica maior que 110 mmHg em repouso, arritmias ventriculares complexas, arritmias complexas induzidas pelo exercício, bloqueio atrioventricular de grau III sem uso de marca-passo e endocardite.
É fundamental destacar a importância da continuidade do tratamento após a alta hospitalar com o encaminhamento do paciente para a fase II ou III no PRCV. O fisioterapeuta tem importante participação nesse processo.
Siga as nossas redes sociais:
Facebook: https://www.facebook.com/LabdoEstresse/
Twitter: https://twitter.com/LabdoEstresse
Comments