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O que é a dislipidemia? Como ela pode prejudicar o coração?





Dislipidemia é um termo utilizado para classificar todas as alterações quantitativas ou qualitativas dos lipídios presentes no sangue e é também considerada um grande fator de risco para o desenvolvimento de aterosclerose. As alterações lipídicas podem ser identificadas por meio de exames laboratoriais que utilizam determinações bioquímicas para investigar o perfil lipídico sérico. Em geral, são dosados o Colesterol Total (CT), HDL ou HDL-colesterol (HDL-C), LDL ou LDL-colesterol (LDL-C) e triglicerídeos (TG) [1].

As partículas de HDL, formadas no fígado, no intestino e na circulação, possuem principalmente conteúdo proteico e são responsáveis pelo circuito de transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado (denominado transporte reverso do colesterol). Já o LDL, é uma lipoproteína de baixa densidade, que realiza o transporte do colesterol do fígado e do intestino para as células dos tecidos do corpo. Ainda, é considerado um colesterol ruim, já que quando se apresenta em níveis elevados pode provocar acúmulo de colesterol nas paredes internas dos vasos sanguíneos, podendo, assim, ocasionar complicações cardiovasculares [1,3].

As dislipidemias possuem 4 diferentes classificações, ou seja:

  • Hipercolesterolemia Isolada – Elevação isolada do LDL-C (≥160 mg/dL).

  • Hipertrigliceridemia Isolada – Elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL).

  • Hiperlipidemia Mista – Valores aumentados de LDL-C (≥160 mg/dL) e TG (≥150 mg/dL).

  • HDL-C Baixo – Redução do HDL-C (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG.


Fatores de risco para desenvolvimento da dislipidemia

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento das dislipidemias ressaltam-se: (1) Sexo: no sexo feminino é maior a prevalência de HDL-C baixo e no sexo masculino de hiperlipidemia mista; (2) Idade: a prevalência de dislipidemia é maior em homens

acima de 45 anos e mulheres acima de 55 anos; (3) Hábito de fumar: acentua os distúrbios lipídicos, pois promove reduções em graus variáveis do HDL-C associado ao aumento do LDL-C ou TG; (4) Consumo alimentar: a quantidade e o tipo de gordura alimentar influenciam diretamente a concentração de lipídeos, lipoproteínas plasmáticas e nos processos inflamatórios; (5) Alterações nos níveis de glicemia: níveis elevados de glicemia, podem levar a redução dos níveis de HDL-C e aumento dos níveis de LDL-C; e (6) Hipertensão arterial: valores elevados de pressão arterial podem ser decorrentes de alterações metabólicas e hormonais [2,3].


Tratamentos para as dislipidemias

O tratamento da dislipidemia pode ser feito de forma não medicamentosa e medicamentosa. A terapia nutricional é fundamental no tratamento das dislipidemias e deve ser sempre adotada, seja na prevenção ou tratamento de forma isolada ou em conjunto com outros tipos de tratamentos. O plano alimentar deverá contemplar questões culturais, regionais, sociais e econômicas, devendo ser agradável ao paladar e visualmente atraente [3].

A terapêutica indicada deve incluir redução das gorduras saturadas, colesterol alimentar e dos carboidratos simples, os quais elevam os níveis de triglicerídeos devido a metabolização hepática, e aumento das fibras dietéticas, para melhor eliminação das gorduras, e dos antioxidantes [3].

Existe uma associação entre peso e risco cardiovascular, ou seja, a redução de peso corporal diminui o risco cardiovascular e a incidência de diabetes mellitus. O tratamento da obesidade e a prática regular de atividade física também promovem efeitos protetores para a doença cardiovascular, pois reduzem os níveis de glicemia, pressão arterial e melhora o perfil lipídico. As atividades de educação em saúde realizadas por profissionais de saúde de forma individual ou em grupo, são também importante instrumento para tratamento desses indivíduos. Em relação à terapia medicamentosa são utilizados fármacos com ação predominante na hipercolesterolemia (estatinas, ezetimiba e as resinas de ligação a ácidos biliares), e na hipertrigliceridemia (ácido nicotínico e fibratos) [3].


Como a Reabilitação Cardiovascular pode ajudar na dislipidemia?

A execução adequada de um Programa de Reabilitação Cardiovascular trará diversos benefícios, para a saúde do paciente, que vão muito além da melhora do perfil lipídico. A atividade física exerce ações favoráveis sobre o perfil lipídico, principalmente nos casos de hipertrigliceridemia, níveis diminuídos de HDL-C e alterações nas subfrações do LDL-C.

  • Triglicérides e HDL-C - Uma única sessão de exercício pode diminuir os níveis de triglicérides e aumentar os níveis de HDL-C de forma rápida, mas seus efeitos desaparecem em torno de dois dias. Isso ressalta a importância da realização regular de exercício físico no combate às dislipidemias.

  • LDL-C – o exercício físico não parece alterar os níveis plasmáticos de LDL-C total, mas provoca uma diminuição das partículas pequenas e densas de LDL-C e um aumento do seu tamanho médio.

Em pacientes com Doença Arterial Coronariana (DAC), o exercício físico promove estabilização ou mesmo regressão da aterosclerose, além de acentuada queda na taxa de mortalidade. Existe uma inversa e independente associação entre HDL-C e DAC, com destaque para a ação protetora de um de seus componentes, a Apolipoproteínas A-I (ApoA-I) [3].

Na presença de Doença Cardiovascular (DCV), há evidências de que o exercício físico praticado regularmente melhora a estrutura e a função vascular, ou seja, diminui a formação de neoíntima, aumenta a circunferência do vaso, provoca a formação de novos vasos sanguíneos e aumenta a mobilização de células progenitoras do endotélio e a expressão da Óxido Nítrico-Sintase Endotelial (eNOS). Dessa forma, podemos concluir que os efeitos do exercício físico na função vascular estão relacionados ao endotélio; visto que o exercício físico aumenta a ação do óxido nitrido (vasodilatador e inibidor da adesão e agregação plaquetárias) e diminui a concentração de endotelinas (peptídeos que promovem constrição dos vasos sanguíneos e aumentam a pressão arterial) [3].

 

Especializandos responsáveis:

Felipe Ananias Malacrida, @physiofelipe

Tamires Mota Toni, @tamiresmotat

Mariane Magro Marcelino Soares, @marianemarcelino_

 

Referências:

  1. Xavier, H. T. et al. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2013.

  2. Paula, A. G. C. et al. Prevalência de dislipidemias em indivíduos atendidos no laboratório de um hospital de Goiânia – GO. 2020. REVISTA BRASILEIRA MILITAR DE CIÊNCIAS, 6(15).

  3. Faludi A. A. et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq. Bras. Cardiol. 2017.









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1件のコメント


Muito bom!

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