Por @jpl_neves e @natachagervazoni
Por que inserir a terapia com dança nos programas de reabilitação cardíaca?
Os Programas de Reabilitação Cardíaca (PRC) proporcionam resultados importantes para saúde de indivíduos com doenças cardiovasculares e/ou com fatores de risco para o seu desenvolvimento. Porém, mesmo diante de impactos tão satisfatórios, a adesão desses indivíduos aos programas é abaixo da esperada, ou seja, poucos são os que participam com frequência e muitos os que desistem. A falta de adesão interfere diretamente nos efeitos da terapia fornecida nos PRC e pode estar relacionada com a falta de entusiasmo e as preferências do indivíduo em relação ao tipo de exercício.
Para minimizar essa questão, o prazer para a realização do exercício físico é importante para motivar os indivíduos a permanecerem nos programas.
Diante desse cenário, novas estratégias de intervenção estão sendo inseridas nesses programas. A dança é uma dessas estratégias, pois possui diversas características que a diferenciam de um PRC convencional e que podem ser motivadoras para os pacientes.
Quais são os diferenciais da terapia com Dança?
1. Forma divertida, versátil (não conduz ao tédio pelos seus vários estilos, passos e músicas) e adaptável à atividade física.
2. Variabilidade em seu desempenho (apresenta demandas físicas e cognitivas, como estimular a atenção e a memória, que são importantes para o aprendizado de novos passos de dança e sequências coreográficas).
3. Positivamente ligada a integração cognitiva, emocional e social dos participantes.
4. Envolve o aspecto cultural do paciente.
5. Abrange diversos cenários (ambiente social e agradável, que pode reduzir o isolamento e proporcionar benefícios psicológicos).
Quais os benefícios da dança nas diferentes populações?
A dança promove diversos benefícios sobre aspectos clínicos, físico e emocionais. Na figura 1 encontramos alguns deles em diferentes população.
Figura 1. Benefícios da dança nas diferentes populações.
Considerações
A utilização da terapia com dança nos PRC é muito promissora, pois possui um grande potencial para contribuir com a otimização e participação sustentada nesses programas. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para determinar o tipo, tempo e número de sessões semanais mais adequados para atingir os melhores efeitos terapêuticos nas diferentes populações.
Referências
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